Uma Menina Não assobia, não anda sozinha na rua, não diz palavrões, não pode usar muita maquilhagem, não pode ser gorda, não pode ser muito magra, não pode abortar, não pode seduzir, não pode acusar, não pode falar alto, não pode gostar de outra menina, não pode ser mais inteligente, não pode impor-se, não pode. O corpo não pertence à mulher, não sem cumprir certas regras. O corpo feminino é um Não-lugar, que se habita sempre do lado de fora, um inimigo. Esta exposição ilustra as respostas dadas por 60 mulheres portuguesas entre os 18 e os 60 anos, à pergunta: “O que já te disseram que não podias fazer, ou tinhas que fazer, só por seres menina/mulher?” *Algumas das obras estão disponíveis para venda
1 Comentário
Elisa Celeste Pires de Carvalho soares
7/11/2018 18:56:23
Em minha opinião trata-se aqui de conceitos do feminino em contextos temporais que prevaleceram na longa duração. Poder-se-a associar à desigualdade jurídica que diferenciava o masculino e o feminino. O conceito de igualdade de género não existia. A desigualdade jurídica foi resolvida por via política após termos entrado em democracia. Mesmo assim a teoria não correspondeu bem à prática. Há novos contextos mas muitos dos conceitos de género ainda prevalecem. Não muito longe o conceito de "prostituta" era arrasador da moça/mulher. E para assim ser considerada não era preciso muito. Bastava-lhe ser mãe solteira ou ter uma relação amorosa sem ser casada.
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Novembro 2021
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