Aboiador II
Aboiar a dor É curar a seca na garganta Com a malva de um verso Nesta terra sou formoso E a palavra desvairada Desembestada Põe à mostra meu avesso E a palavra fremida É também amiga Do meu coração Máquina da manhã Onde expurgo os agouros No delírio Na gana De fechar o aboio Como se fecha uma rês: No limite. * Trampolim para um quadro de Jessica Brilli Eu abro as asas E meu rosto beija o céu Luminoso Abraço o sol em segundos Como uma dança entre invisíveis Oceano escondido numa ilha Em poucos metros Em infinitos cronômetros Levarei ao mergulho O tempo raio Como o repto de um pássaro No trânsito da temporada. * Casa abandonada Antiga casa Percorro novamente Seu corpo Sua carne de prata Antes que as paredes Esqueçam a fragilidade Das calhas Retornem Ao Pó E as lembranças Se desabriguem Se revoltem E a pele sobre o cavalo Seja sua nova morada A última hora A carga da pressa A coragem de romper na estrada.
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
Histórico
Novembro 2021
|
Proudly powered by Weebly