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Durmo entre um menino e um gato duas espécies quebradiças de fábula rendidos pelo cansaço percebo sua respiração ameniza o pedregoso trajeto entre o sono e o sonho * PEQUENA CARTA Meu bem, te escrevo desde um dia cuja tristeza tem causas desconhecidas o que a torna mais suspeita e absurda Ontem sonhei com você e com teu corpo acordei vivo insubmisso adolescente Algo me assustou. Isto me assustou: o chão como um acontecimento Continuo fazendo projetos todo dia embora uns tantos eu desfaça e disfarce ao anoitecer – a desconfiança que persegue as inteirezas Ontem um desconhecido me chamou por um nome que não era o meu: sorri e consolei-o de sua pequena tragédia – ele que também sabe nome é quase um acidente Os filhos aqueles - os invisíveis - me tomaram pelas mãos e se puseram frente ao desgastado muro amarelo dizendo: recorda como é intenso o mar! * TÚMULO DA MÃE de manhã um corpo sujeito ao frio repetia o nome fixo nas manchas da pedra na folha de plástico orvalhada
4 Comentários
Maria
1/5/2020 14:49:00
Perfeito. Lindos poemas.
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Cândido Rolim
1/5/2020 16:34:02
Grato pela leitura, Maria
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Itacir Schilling
2/5/2020 00:10:22
O poeta continua sua luta, cada vez mais envolvente e interessante. Parabéns.
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Cândido Rolim
2/5/2020 06:23:20
Obrigado Schilling pela leitura. Abraco
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Histórico
Novembro 2021
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