[where poets don´t go]
você me fala sobre os rastros é impossível viver sem deixar vestígios eu queria partir (pra onde?) mas as células mortas que caem do meu corpo o tempo todo anunciam que estive aqui & ali os fios de cabelo soltando-se tocando os chãos demarcam os territórios nem sempre conquistados como mijo de cachorro meus passos num all star vermelho fincam bandeiras nas crateras das ruas nada e tudo me pertence. * nos enganaram de novo a gravidade não é uma força e sim uma distorção no espaço-tempo. faço escambos teóricos com einstein explico-lhe a poesia tosca do vento e dos sonetos alexandrinos; ele me conta que o sol não pega fogo apenas emite energia por fusão nuclear, a terra não gira em torno do sol mas em torno de um centro de gravidade formado por todos os planetas do sistema solar e esse ponto pode estar fora do próprio sol desacorçoo e falo do som dos passarinhos, da linguagem carregada de significado até o mais alto grau de compreensão humana, dos risos espontâneos dos bebês recém nascidos, da terapia wittgensteiniana esclarecendo conceitos fundamentais do campo educacional. o velho albert sorri e depois como uma criança impaciente e deseducada mostra-me a língua. * comer a chuva com o estômago vazio mais uma vez pingo a pingo até sentir sede correr ao relento desafiando os resfriados que chegam mais fácil com o avanço dos anos sentir o solo nu nas solas nuas dos pés plantar-se sem deixar raízes se acostumar com o silêncio jamais acender as velas ou os lampiões não sorrir à toa gastar as horas contemplando o pasto árido o dia de amanhã vai ser inédito igual a todos os outros que já vivemos
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Novembro 2021
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