Certas paisagens sempre voltam a nos deter
sobre o capacho da memória A noite então redunda num ar espesso de redoma mas o que é que procurávamos proteger? Havia uma certeza emborcada nas palavras de antes? Sei que o amor costumava ser mais um canteiro entre tantos e o sol ardia como qualquer esfera arremessada Mas então o tempo se contava ainda em dias e meses não em anos e sussurros Sim, certas paisagens continuam a mover-se sob o tempo das partidas Todavia agora andamos por entre os pensamentos como poços cheios de segredos * É com as imagens mais distantes que retemos os rostos dos amigos pois tudo o que amamos é lonjura interrogada Com isto quero dizer que da espera a pele do amor se arrebata Uma abelha zumbindo, um silêncio esmigalhado (com isto quero dizer) não podem se igualar à persistência do amor que se enraiza na palavra * Transumância Para que haja um modo de correr as distâncias sem dobrá-las E de amainar o fogo a fim de que avance pelo silêncio Para alcançar a combustão das chaves na ideia de uma porta Para libertá-las e segurar a distância com as mãos Para aprender a crepitar uma passagem como a uma casa Para fazê-la vir abaixo. E habitá-la à maneira do vento na migração das cinzas
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Novembro 2021
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