Todo ele adiantou-se para os olhos
Embarricou-se Num mocambo atrás da língua Clandestino num tonel Rolou até o reto Atravessou-se Curtume até o império seguinte * Tenho olhado muito para o mar O mar não se incompreende quando vai se avistar com a pedra é claro o nosso desejo de reviver – é claro Exaustivamente claro o seu desejo de enterrar-nos numa transparência verde polida, pé-direito altíssimo "Mansão dos mortos" não há incompreensão todo o trato nos é proibido toda tentação de discurso todo movimento atado por conchas * As Humanidades Também eu trabalho materiais vermelhos. * Ser alegre ter linguagem Parecem-lhe por vezes condições Irreconciliáveis Ter linguagem, o sono conciliado Oponível e com mundo Mamífero e com mundo Conífero e com mundo ter Mundo alegria e linguagem Parecem-lhe por vezes Mandos incumpríveis Só agora parece-lhe tantos Anos decorridos começa A perceber-se em linguagem * Felizes nações, caso Ainda exista alguma, chorem-no deveras Este que amar Prostra em província A cujos poros não Acorrem peônias Fulva barba roça os pés Em errores de varanda Descalço enfim Sobre um prato de deserto * Dia haverá em que os poetas terão afinal esquecido suas credenciais, farão finca-pé neste mundo e mundos. De regresso da calada, o bulevar anunciável, flores colhidas aos quiosques que fronteiam o campo-santo. Um cômodo estouro de cores tomado do interior de um veículo em movimento. Muitos povoados por cruzar após o silêncio. O silêncio regurgitava de povoados por cruzar. Eis que emergimos à esquina, cessada toda flutuação, esvaziado todo sentimento cívico. Uma bondade dura, devolvida.
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Novembro 2021
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