três poetas
com um poema simplório o poeta disfarça pretensão só escreve em caso de tédio e se rima ruim é por opção com um poema médio o poeta pode ser qualquer outro pisca os olhos pretos de novo e a lua prata bate no prédio com um poema pomposo o poeta se leva muito a sério é lido no hall por um amante maldoso que imita a voz do pica-pau * sustos & sustos de pelo menos um susto todos nos recuperamos o que muda é o conteúdo que fica sobrando no chão quando espremido o susto de um esguicha repelente e algodão o de outro deixa um rastro de fruta pequeno cachorro sacrificado mas olha este que engraçado explodiu orfanato e caco de vidro * uma casa por ano numa casa com aluguel atrasado falamos da chuva de granizo numa casa movediça o despertador toca mais cedo de uma casa com incêndio você talvez não saia a tempo numa casa no deslizamento morremos pensando que pena numa casa pequena não cabem os panos de prato sem uma casa arejada você cheira a cachorro molhado numa casa sem amor todos arrumam outros planos numa casa às pressas tem coisas que você deixa numa casa por ano é melhor nem abrir essas caixas * o que enfim vai destruir a aspereza será ave? gaivota que na janela se revela pomba mesmo assim um voo impressionante será vontade? um sentido repentino que assalte a coragem de tirar a roupa antes será ônibus? semileito ou leito-cama de bruços ninguém chega longe será homem? surgirá no carnaval de peruca? conseguiremos nos ver no meio da ponte? será água? submersos por acidente voltamos no tempo e talvez encontremos a concha
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Novembro 2021
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