Poesia pra saudade passar depressa:
Quando você partiu eu fiz compressas de gelo Para aliviar a dor da saudade na pele Você escancarou ao mundo o meu medo de abismo E o meu choro você viu como um charme A saudade não é digerível E o apetite agradável foi meu melhor fingimento Todo mundo na vizinhança acreditava no meu sorriso Só não meu travesseiro Que suportava todos os meus gritos Eu te doaria meus órgãos Só pra poder ter minha carne Viva pulsando dentro de você A eternidade pouco sabe de nós dois Também prefiro que ninguém saiba Mas te expor aqui em versos é a melhor forma de esquecer nós dois Eu dormia sem cobertas só pra não te ver passando frio E você sempre acordava sorrindo de um sonho em que eu não pertencia A dor da saudade corta a gente E eu estanquei calado o sangramento da agonia Teu abraço frouxo me desfez em lágrimas Eu não acreditei quando você saiu de casa Mas eu suportei a dor do dedo preso na porta Só pra não te ver partir mais uma vez Teu cheiro impregnou em todos os objetos Meu tato tudo aliciava procurando tua pele Eu engoli a saudade a seco quanto te vi passar E menti com os lábios trêmulos que já te esqueci Meu corpo desidratado ninguém mais reconhecia Perdi meu sobrenome, o apetite, o brilho nos olhos e um tanto de sangue Eu te escrevi uma carta com um lápis sem ponta Pra no final você me devolver dizendo que foi engano Saudade também passa e eu segui com meu colar de alho Na superstição cabalística que você foi o pior dos meus encostos. * Banho quente aprender a fazer o café da manhã sozinha foi o meu primeiro ato de desapego dobrar a colcha de cama vazia destilava a pele a gente aprende a olhar pra dentro quando tudo aqui fora é confusão meu peito é esse redemoinho envaidecido e cheio de espanto talvez o meu único problema seja amanhecer
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
Histórico
Novembro 2021
|
Proudly powered by Weebly